Tipos de vacina

Universidades, farmacêuticas e governos agora investem recursos significantes contra o tempo para agilizar as vacinas que estão em andamento. São 44 candidatas à vacina que estão nas fases 1, 2 e 3 dos estudos clínicos envolvendo testes em seres humanos na etapa 3.

Os imunizantes contra o coronavírus são divididos em quatro grupos:

Primeiro – vacinas com vírus inativado, onde são feitos a partir do próprio vírus, em laboratório é inativado o agente infeccioso, sua replicação se torna inviável e causa uma reação imunológica. Porem o custo e a demora são problemáticas para o desenvolvimento para este tipo de vacina e também é necessário duas doses. CoronaVac é uma delas (desenvolvida no Brasil atualmente em parceria com sete instituições).

Segundo – vacinas de subunidade protéica, usando uma parte do vírus para construir partículas sintéticas, esse tipo de vacina vem junto com outra proteína reforçando o estimulo a resposta do sistema imunológico. NVX-CoV2373 (laboratórios Novavax e Takeda) é uma exemplar na frente nesse tipo de vacina.

Terceiro – vacinas baseadas em RNA, são as mais modernas com uma produção rapida feitas a partir de informações genéticas, em laboratório é selecionada algumas partes do vírus e modificadas e são injetadas no organismo gerando uma resposta imune. BNT162 da Pfizer em conjunto com mais duas instituições é uma forte exemplar, um problema pertinente é a logística, já que precisa de temperaturas extremamente baixas.

Quarto – vacinas com vetor viral não replicante, “moléculas Frankenstein” utiliza-se partes chaves de outros vírus e coloca-se informações do material genético do coronavírus. AZD1222 (Universidade de Oxford, AstraZeneca e outras sete instituições) e Gam-COVID-Vac (Sputnik V) Instituto de pesquisa Gamaleya em Epidemiologia e Microbiologia e outras seis instituições)) são exemplares.

 

Segue abaixo um link com a explicação da Natalia Pasternak – Natalia Pasternak  formada em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), PhD com pós-doutorado em Microbiologia, na área de Genética Molecular de Bactérias pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

 

 

 

Referencias:

https://www.researchgate.net/profile/Xenia_Souto/publication/348547788_Vacinas_contra_a_Covid-19_estado_da_arte/links/6002eae0a6fdccdcb8593c2c/Vacinas-contra-a-Covid-19-estado-da-arte.pdf

https://www.unifesp.br/reitoria/dci/noticias-anteriores-dci/item/4302-tudo-o-que-e-preciso-saber-sobre-o-coronavirus-covid-19

https://cultura.uol.com.br/noticias/bbc/54625341_coronavirus-os-quatro-tipos-de-vacina-contra-covid-19-e-o-que-falta-para-ficarem-prontas.html

https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/43749/natalia-pasternak-taschner/

GEOCOVID- Análise da trajetória do SARS-COV 2 (COVID19).

Por Isabela Melissa, Juliana Saipp, Nathalia Contente, Nathália Macedo

Introdução: a trajetória do Corona vírus

             Após mais de um ano desde a primeira manifestação do coronavírus em Wuhan (China), ainda vivemos as consequências da doença. Compreender a distribuição geográfica do coronavírus permite-nos mapear a trajetória de disseminação da doença, e com base nisso tratar estratégias de combate epidemiológico mais efetivas.

Mapa da COVID-19 ao redor do mundo em 26 de janeiro de 2021. Número de casos e mortes disponibilizados pela OMS.

Figura 01. Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS). <

Uma breve linha do tempo

              Em 31 de dezembro de 2019 autoridades chinesas alertaram a OMS sobre o registro de inúmeros casos com sintomas semelhantes a pneumonia em Wuhan, China, isso porque com as celebrações de Ano Novo um surto epidêmico poderia ser um risco. Em 07 de janeiro (2020) houve a primeira morte em Wuhan por conta da doença. Seis dias depois (13/01) sai o primeiro registro da doença fora da China, na Tailândia. Em seguida Japão (16/01), Coreia do Sul (20/01) e Estados Unidos (21/01) já haviam identificado primeiro caso de covid-19. Até então a OMS não havia declarado pandemia por ainda não haver casos de transmissão por pessoas fora da China. Em 24 de janeiro França confirma o seu primeiro caso e no dia seguinte Canadá, Austrália e Malásia fazem o mesmo. Em 30 de janeiro a OMS declara Situação de Emergência Global, com registro da doença em 18 países até então. Dois dias após ocorre a primeira morte pela doença fora da China, nas Filipinas. Até então a OMS não havia nomeado a doença e libera em 11 de fevereiro o nome “COVID-19”. Em 14 de fevereiro a doença é confirmada no Egito, sendo o primeiro caso no continente africano. Dia 26 de fevereiro o Brasil confirma o seu primeiro caso. Em 10 de março há casos registrados no Líbano, Marrocos, República Democrática do Congo, Panamá e Mongólia, com isso o coronavírus já circulava em todos os continentes, com exceção da Antártica. No dia seguinte (11/03) a OMS declara situação de pandemia.

Situação atual da Sars-CoV-2 ao redor do globo. Mapa interativo Johns Hopkins University.

Figura 02. Fonte: Covid-19 Map – Johns Hopkins Coronavirus Resource Center. 

De epidemia para pandemia

                 Para combater efetivamente uma doença e evitar sua disseminação, saber identificar como ela é transmitida é o ponto principal. A partir desse ponto é que as autoridades públicas e os diversos agentes epidemiológicos irão se basear para um controle efetivo da doença.

                 Uma epidemia é caracterizada quando uma doença é disseminada para além do ponto inicial onde ela foi identificada, nesse caso o surto da doença ocorre em diversas regiões, podendo ir desde nível municipal (identificação da doença em vários bairros), estadual (surto identificado em diversas cidades) e nacional (quando a doença se manifesta em mais de um estado).

                  Desde 31 de dezembro de 2019, quando as autoridades chinesas reportaram a OMS surto de “pneumonia com causa não identificada” até 12 de janeiro de 2020, o que havia em relação ao coronavírus era uma epidemia. Em 13 de janeiro ocorreu o registro do primeiro caso fora da China. 

                   Em 30 de janeiro foi declarado estado de “Emergência Global” porque até então não se sabia se era possível que a doença se transmitisse fora do território chinês.

Situação da China com relação ao número de infectados pelo coronavírus em 14 de fevereiro de 2020.

Figura 03. Fonte: BBC News – China

                 

               A partir do momento que o surto de uma doença (epidemia) é identificado em mais de um país ao redor do mundo, a doença passa a ser combatida como pandemia. Podemos ver que nas estratégias de combate de uma doença como também para sua classificação, a distribuição geográfica assume importante papel.

                 No tratamento do coronavírus, no início da sua disseminação, viu-se que o vírus chegou a outros países através de pessoas que saíram da China e tinham tido contato com os chineses. Na tomada de medidas globais, controlar aeroportos e permitir apenas o tráfico de meios de transporte com serviços essenciais foi uma medida inicial para o controle da doença. Uma vez visto que o coronavírus era capaz de se disseminar dentro dos países que não a China, o rastreamento de contato e o distanciamento social foram tomadas como medida de combate.

                O mapeamento da distribuição geográfica ao redor do mundo é de suma importância para as tomadas de medidas da OMS, como também para os países terem seus aeroportos e navios sob controle.

Como ler um mapa epidemiológico

               Os mapas epidemiológicos nos auxiliam para a interpretação e a distribuição sobre o que está acontecendo em um aspecto geográfico. Os mapas podem variar de temas conforme o assunto abordado.Um exemplo disso é o mapa da reclassificação das fases do Plano de São Paulo, que são medidas preventivas para a disseminação epidêmica do covid-19, o Plano divide o mapa do estado de São Paulo em 17 regiões, onde cada uma pode representar uma fase e para entendermos melhor o mapa precisamos entender o significado de cada fase e suas respectivas cores.

 

Fase vermelha: é um momento de alerta máximo, com um alto nível de risco para a covid-19, nesta fase o isolamento domiciliar é obrigatório, e pode funcionar apenas o essencial como farmácias, mercados, serviços de delivery, transportes públicos, bancos, postos de combustíveis e outros…

 

,Fase laranja: essa fase é caracterizada pelo controle, pois a propagação é acelerada, nela, todos os setores e serviços são permitidos com todas as recomendações da OMS e com capacidade de ocupação e horários de funcionamento reduzidos. Bares, baladas e eventos que promovem aglomeração são proibidos de abrir seus espaços físicos.  

 

Fase amarela: é mais flexível, caracterizada pela propagação comunitária, nela todos os setores e serviços incluindo bares são permitidos, desde que sigam todas as recomendações preventivas, como a capacidade de 40% do público, funcionamento até 10h por dia, sendo que bares devem funcionar apenas até as 20h. 

 

Fase verde: representa a abertura parcial, significa que está próximo de conter a pandemia, onde todos os setores podem voltar a funcionar, a capacitação de pessoas aumenta para 60% mas ainda sim deve haver todas as recomendações da OMS, e eventos que promovem aglomerações continuam proibidos.      

Fase azul: fase de controle da doença e liberação de todas as atividades seguindo protocolos. 

           

           O que determina cada fase de acordo com a região é o status de saúde do local, como o número de casos confirmados, o número de mortes, pessoas internadas, e ocupação de leitos na UTI.

Na imagem abaixo podemos ver o mapa da reclassificação (do dia 15 de Janeiro de 2021) do Plano do estado de São Paulo contra a covid-19:

Figura 4. Fonte: Oito regiões regridem de fase em SP; capital segue na amarela… 

               Para analisar esse mapa devemos olhar a região pelo qual pertencemos ou queremos conferir,  ver a cor que está representada na região, e analisar o que essa cor representa, você pode ter mais informações sobre quais comércios podem abrir e as recomendações em variados conteúdos pela internet desde que seja uma fonte confiável ou do site do próprio estado.  

O papel da distribuição geográfica no combate ao coronavírus

             Quando mapeamos uma doença, isso nos permite que tomadas de decisões sobre uma comunidade sejam mais eficazes, a partir do momento que também permite entender o nível de risco daquela comunidade. Por exemplo, o número reprodutivo efetivo (R(e) ou R(t)) no estado de Santa Catarina em 19 de maio de 2020 estava próximo a 1.5, enquanto que a sua capital (Florianópolis) registrou um número acima da média do estado, próximo a 2.5 e nessa mesma data o R(e) do Brasil era de aproximadamente 1.5 também.

           O número reprodutivo efetivo é a média de pessoas contaminadas por um infectado. R(e) acima de um indica que o número de contaminados está crescendo, igual a 1 que o número permanece constante e abaixo de um significa que o número de registro de infectados está diminuindo. O R(e) apresenta um intervalo de confiança de 95%, ou seja, em 95 das 100 amostras realizadas o resultado estará dentro do intervalo de confiança. Definir um intervalo de confiança é importante em análises estatísticas pois nunca prevemos o resultado exato, mas sim em torno de.

           Em estimativas geográficas com relação a surtos de doenças os resultados podem ser ainda mais difíceis de se estimarem pois diversos fatores influenciam essa atividade, incluindo fatores ambientais e socioeconômicos. No caso do acompanhamento da distribuição geográfica do coronavírus vale ressaltar alguns fatores e como o conhecimento desses fatores pode auxiliar no combate à doença.

            No caso da COVID-19, possuir um mapa de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) da cidade ou estado poderia ajudar a prever os locais que poderiam apresentar maior número de casos graves (SRAG – Síndrome Respiratória Aguda Grave) que podem levar a morte. Com isso, as autoridades poderiam realizar uma alocação estratégica de recursos para os pontos que manifestassem maior registro de comorbidades a COVID-19 (praticamente todas as comorbidades estão incluídas na definição de DCNT do país). 

           Um mapa da faixa etária das comunidades também poderiam auxiliar no combate ao coronavírus. Isso poderia ajudar até mesmo nas estratégias econômicas das cidades. Por exemplo, em regiões com uma faixa etária predominantemente jovem, o funcionamento de lojas e outros estabelecimentos poderiam ser menos rígidos do que em locais com maioria da população idosa, mas isso claro com um controle de circulação de pessoas em ambos os locais. 

           Identificar bairros ou cidades com maior registro de pessoas com DCNT pode ajudar no rastreamento de contato, uma vez que se reduziria o tamanho da área para que o rastreamento de contato fosse realizado, tornando essa opção um pouco mais possível (já que em áreas com muitas pessoas o rastreamento de contato pode não ser efetivo).

            Diferenças nas distribuições geográficas do coronavírus podem ser ressaltadas principalmente por seis fatores específicos: 1) o momento da introdução da doença (em tempo de aglomeração, como carnaval); 2) densidade populacional; 3) faixa etária dos locais e registro de comorbidades; 4) o momento e a extensão das medidas de mitigação; 5) capacidade de teste diagnóstico e 6) práticas de notificação de saúde pública (CDC COVID-19 Response Team, 2020).

             Cidades que possuem maior disponibilidade de realizarem testes diagnósticos apresentam um registro maior do número de casos, embora isso não explique por completo as diferenças geográficas do registro da doença. Com relação a capacidade de notificação de saúde pública, não são todas as cidades do Brasil que realizam relatório diário da doença. Sendo o Brasil um país continental, o mapeamento da incidência cumulativa de casos em cidades e estados ajudaria a repartir a implementação de medidas diferenciais, de acordo com o comportamento de cada comunidade, tais como lockdown, toque de recolher e distanciamento social (quarentena, controle do horário dos comércios e rotas de transporte, etc) como também a alocação estratégica de recursos.

Por que a Sars-CoV-2 é uma sindemia?

             É chamado de sindemia uma doença que ao se combinar com outra pré-existente gera resultados mais graves que apenas a soma dos sintomas de cada uma. Quando há a presença de condições médicas subjacentes, essas condições são chamadas de comorbidades. Exemplos de comorbidades da COVID-19 são a obesidade, doenças autoimunes, problemas cardíacos e respiratórios, entre outros. 

               Quando uma doença é chamada de sindemia, vê-se um padrão no mapeamento das doenças pré-existentes que agravam os sintomas da nova infecção: em regiões precárias e com pouco acesso às condições básicas há maior registro de doenças como diabetes, obesidade, anemias, problemas cardiorrespiratórios, entre outros. O mesmo ocorre em locais com alta degradação ambiental: por exemplo, se a China reduzisse a poluição do ar a um nível mediano, problemas cardíacos poderiam reduzir cerca de 7,2%. Por isso, quando tratamos de sindemia, fatores socioeconômicos e ambientais também entram na análise de combate a doença.

                 Como a Sars-CoV-2 apresenta agravantes em infectados com doenças pré-existentes, mapear e superar as comorbidades pode ajudar a evitar futuras pandemias, como ajudar no combate da atual. Uma vez identificadas locais que apresentam maior comorbidades será possível traçar uma relação entre a degradação ambiental e aspectos socioeconômicos ajudando numa estratégia de combate a longo prazo.

Brasil

              Para a análise do impacto da COVID-19 no Brasil como sindemia, utilizaremos de dois mapas, um produzido pelo “Observatório COVID-19 BR” e o outro pelo “Coronavírus Brasil”, respectivamente.

Comparação da distribuição geográfica da pobreza por município do Brasil com o número de óbitos por município de notificação.

 

Figura 05. Fonte: Observatório COVID-19 BR e Coronavírus Brasil.

           Pela seguinte imagem é possível observar que o número de óbitos foi maior no Nordeste, Sul e Sudeste. Com base no mapa da pobreza no Brasil, as condições socioeconômicas podem ter ajudado no agravante da doença no Nordeste. Embora a região Norte apresente porcentagem alta de pobreza em sua população, é a região com menor densidade populacional do país, seguida logo após pelo Centro-Oeste (que apresentou baixos índices de pobreza). O Sudeste lidera o país com a maior densidade demográfica como também contribui com mais de 50% para o PIB nacional, ou seja, o número de óbitos pode ter sido maior por conta da sua densidade populacional mais alta e por contribuir com mais de 50% do PIB nacional, supõe-se que as desigualdades socioeconômicas sejam internas da região, onde o impacto das desigualdades sociais em relação às consequências da COVID-19 possa diferir de estado para a região.

           Locais economicamente mais vulneráveis geralmente também abrigam minorias étnicas. No caso do Brasil, a maioria da população indígena está localizada no Norte do país. A segunda região com o maior número de indígenas é o Nordeste. Já a população negra é maioria no Nordeste, seguida do Norte. O importante de mapear as regiões dessa forma ajuda no combate justo da doença, de modo que não se exacerba as desigualdades sociais encontradas no país, mas que lute para diminuí-las.

Análise da cidade de São Paulo (SP)

            Análise de influência socioeconômica na pandemia da COVID-19 na cidade de São Paulo (SP). Os mapas de renda familiar e população negra/parda de São Paulo (SP) a seguir foram retirados do “Desigualtômetro” disponibilizado anualmente desde 2012 pela prefeitura de São Paulo. Os dados retratam as análises de 2020. Logo após, o mapa de óbitos suspeitos e confirmados notificados por subprefeitura de SP (capital) foi disponibilizado pelo “Jornal USP

Comparação da distribuição da renda familiar da cidade de São Paulo com a sua população parda/negra.

Figura 06. Fonte: Rede Nossa São Paulo – Desigualtômetro 2020.

Óbitos suspeitos e confirmados por COVID-19 por 100.000 habitantes no município de São Paulo (SP).

Figura 07. Fonte: Jornal da USP.

                     Quando analisamos o município de São Paulo (SP) os mapas indicam o esperado de uma sindemia. A desigualdade socioeconômica do município pode ter agravado o número de mortes nos submunicípios mais vulneráveis. Geralmente, quanto mais vulnerável um local, maior são os riscos encontrados a saúde, o que pode aumentar o registro de comorbidades ao coronavírus nesses locais. Nesse quadro epidemiológico, é necessário abordar a situação de cada local, podendo tomar medidas de prevenção, como alocação de recursos, como também trabalhar para reduzir o agravamento das desigualdades socioeconômicas que podem vir com as medidas de contenção da doença.

Distribuição de favelas no município de São Paulo. Apenas o Centro e submunicípios próximos a ele não possuem nenhuma favela.

Figura 08. Fonte: Rede Nossa São Paulo – Desigualtômetro 2020.

Obs: Site para acompanhar vacinação no estado de São Paulo https://www.saopaulo.sp.gov.br/

Referências Bibliográficas

AGÊNCIA BRASIL. População negra se concentra no Norte e Nordeste, aponta IBGE. Estadão. 13 mai. 2018. Disponível em: <https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,populacao-negra-se-concentra-no-norte-e-nordeste-aponta-ibge,171850>. Acesso em: 26 jan. 2021.
ALVARENGA, D. Sudeste perde participação na economia, mas concentrou 52,9% do PIB em 2017. G1. 14 jan. 2019. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/14/sudeste-perde-participacao-da-economia-mas-concentrou-529percent-do-pib-em-2017.ghtml>. Acesso em: 26 jan. 2021.
BRAGANÇA, R. et al. Oito regiões regridem de fase em SP; capital segue na amarela. CORONAVÍRUS. 15 jan. 2021. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2021/01/15/reclassificacao-plano-sp-15-01.htm?cmpid=copiaecola>. Acesso em: 20 jan. 2021.
CDC COVID-19 Response Team. Geographic Differences in COVID-19 Cases, Deaths, and Incidence — United States, February 12–April 7, 2020. Morbidity and Mortality Weekly Report. 17 de Abril de 2020. Disponível em: <https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/69/wr/pdfs/mm6915e4-H.pdf> Acesso em: 20 jan. 2021.
EVANGELISTA, N. C et al. GEOCOVIDANDO: Aprendendo e dispersando conhecimento. Ecologia de Microorganismos. 05 de jan. 2021. Disponível em: <https://ecomicro.edublogs.org/2021/01/05/geocovidando-aprendendo-e-dispersando-conhecimento/#more-2698>. Acesso em: 26 jan. 2021.
Estimativas de R(t) por Estados do Brasil. GitHub Pages. Disponível em: <https://flaviovdf.github.io/covid19/#brasil>. Acesso em: 26 jan. 2021.
FONTDEGLÒRIA, X. Poluição na China matará 923.000 pessoas até 2030, segundo estudo. El País. 11 nov. 2015. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2015/11/10/internacional/1447152772_680439.html>. Acesso em: 26 jan. 2021.
FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO. Quem São. Disponível em: <http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/quem-sao>. Acesso em: 26 jan. 2021.
GLOBAL NEWS. Coronavirus outbreak: A timeline of how COVID-19 spread around world. 20 mar. 2020. 00:09:49. Disponível em: <https://youtu.be/ST-cn2JQ31M>. Acesso em: 26 jan. 2021.
OBSERVATÓRIO COVID-19 BR.  R efetivo em São Paulo. 20 jan. 2021. Disponível em: <https://covid19br.github.io/estados.html?aba=aba3&uf=SP&q=dia#>. Acesso em: 26 jan. 2021.
SINOPSE DO CENSO DEMOGRÁFICO 2010 BRASIL. IBGE. Disponível em: <https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=10&uf=00>. Acesso em: 26 jan. 2021.

Glossário – COVID-19

Anticorpo.

Anticorpos (também conhecidos como Imunoglobulinas) são glicoproteínas que tem a função de garantir a defesa do organismo, atuando de diferentes formas para evitar que uma partícula invasora (como um vírus, por exemplo) cause danos à saúde do hospedeiro.

São formadas por uma combinação de cadeias de peptídeos leves e pesadas. A maioria é formada por duas leves e duas pesadas e estão dispostas em um formato similar à letra Y.

Imagem 1: estrutura de um anticorpo (Mundo Educação).

Uma das formas de atuação dos anticorpos é o ataque direto, onde estes ligam-se ao antígeno e podem provocar aglutinação (união entre suas partículas e os antígenos), precipitação (os anticorpos fazem com que o complexo antígeno-anticorpo se torne insolúvel, causando, assim, a precipitação), a neutralização e a lise, onde o anticorpo finalmente provoca a ruptura da membrana do agente celular.

Outra forma de atuação é o sistema de complemento, que pode gerar um processo onde os anticorpos ligam-se ao antígeno, que englobarão a partícula e posteriormente o irá digerir.

 

Santos, Vanessa Sardinha dos. “O que é anticorpo?”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-anticorpo.htm. Acesso em 05 de janeiro de 2021.

Santos, Vanessa Sardinha dos. “Anticorpos”; Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/anticorpos.htm. Acesso em 05 de janeiro de 2021.

 

Diagnóstico.

O termo “diagnóstico” diz respeito ao procedimento médico realizado para buscar a razão e a natureza de uma doença a partir da descrição de sintomas e da realização de exames. Vem da palavra grega diagnostikós, que significa capacidade de discernir.

https://www.dicio.com.br/diagnostico/ 

https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/diagn%C3%B3stico

 

Incubação / Incubation.

No atual momento, essa palavra está sendo muito usada, mas muitos de nós não sabemos em si, o real significado dela em relação a covid-19. Essas duas definições são as mais ligadas com essa doença viral. Muitas pessoas dizem que o tempo de incubação do vírus é de 2 a 14 dias, que é o tempo que os sintomas aparecem e pode ocorrer a transmissão da doença. 

Medicina – tempo que decorre entre a introdução de um agente infeccioso em um organismo e a manifestação dos primeiros sintomas da doença que ele determina.

Biologia – processo de laboratório, por meio do qual se cultivam microrganismos com o fim de estudar ou facilitar o seu desenvolvimento.

https://portal.fiocruz.br/pergunta/qual-e-o-tempo-de-incubacao-do-novo-coronavirus

http://michaelis.uol.com.br/busca?id=okGbo

 

PCR-RT.

O teste de PCR-RT, um dos métodos utilizados no diagnóstico do vírus COVID-19, traduzido do inglês “reação de transcriptase reversa seguida de reação em cadeia da polimerase, busca multiplicar uma fita molde, fazendo com que se torne mais expressiva a amostra recolhida, caso seja necessário.

De modo simplificado, são colhidas amostras de secreções nasofaríngeas do paciente ou até mesmo sanguíneas, e a partir delas procura-se identificar a presença do vírus, tudo isso com base no material genético que é vasculhado nas amostras coletados.

De modo mais técnico, a leitura pelo PCR é feita baseada na transcrição reversa, e os genes levados em consideração para análise são o N, E, S e RdRP, seguindo o protocolo recomendado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPS/OMS), o qual tem sido usado nas redes pública e privada, sendo atualmente o método de referência para detecção do COVID-19 no Brasil. 

As autoridades de saúde brasileiras recomendam atenção especial ao gene E, por apresentar maior sensibilidade, considerando-o assim marcador de escolha.

Imagem 2: teste de PCR-RT.

Fonte: NSC total. Disponível em: <https://www.nsctotal.com.br/noticias/teste-coronavirus-rt-pcr-teste-rapido-sorologico-como-funciona>. Acesso em 05/01/21.

Referências:

Ministério da Saúde. Boletim COE COVID-19. Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública/Doença pelo coronavírus 2019, Boletim Epidemiológico 12 – COE COVID-19 – 19 de Abril de 2020. Disponível em: <https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/19/BE12-Boletim-do-COE.pdf>. Acesso em 04/01/2021.

Toledo et al. “Quando deve ser feito o PCR-RT para Coronavírus ?” Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Disponível em: <https://coronavirus.saude.mg.gov.br/blog/70-pcr-rt-para-coronavirus>. Acesso em 04/01/2021.

Vieira, Luisane & Emery, Eduardo & Andriolo, Adagmar. (2020). COVID-19 – Diagnóstico Laboratorial para Clínicos. 10.1590/SciELOPreprints.411. 

 

Vírus / Virus.

Os vírus são seres muito simples e pequenos, formados basicamente por uma cápsula proteica envolvendo o material genético, que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos. A palavra vírus vem do latim vírus, que significa fluído venenoso ou toxina. Cada um de um grupo de agentes infecciosos diminutos, desprovidos de metabolismo independente, que se replicam somente no interior de células vivas hospedeiras.

           

Imagem: https://br.freepik.com/vetores-premium/mundo-susto-corona-virus-icon-ilustracao-personagem-de-desenho-animado-de-mascote-de-corona-conceito-de-icone-do-mundo-isolado_7500172.htm

 

https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2021/01/01/virus-deve-estar-em-outras-partes-do-pais-se-chegou-em-sp-diz-pesquisadora

https://m.brasilescola.uol.com.br/biologia/virus-2.htm

Diagnóstico de Corona Vírus – PCR, Anticorpos e Tecnologia

Diagnóstico do Coronavírus – PCR, anticorpos e tecnologia.

 

A COVID-19 é uma doença respiratória causada pelo Coronavírus, uma família de vírus comum em muitas espécies animais. Sua transmissão ocorre rápida e facilmente através de uma pessoa doente para outra (por meio de fluidos corporais) e contato com objetos e/ou superfícies contaminadas.

Os sintomas podem aparecer de 2 até 14 dias após a infecção, apresentando-se de forma leve ou severa. É comum que a pessoa infectada tenha febre ou calafrios, tosse, falta de ar, fadiga, dores pelo corpo, dor de garganta, de cabeça, coriza, diarréia, náuseas e ausência de olfato e paladar.

A principal forma de identificar o vírus é a realização de exames diagnósticos. Atualmente, para a pandemia do coronavírus, os dois exames disponíveis são o RT-PCR e o sorológico. Mas qual a diferença entre eles? Qual é mais eficaz?

Os testes adquiridos por meio de gestões públicas passam por processos de validação, realizado por orgãos institucionais de saúde, de origem privada ou não. Tais processos são de extrema importância porque é a partir deles que as evidências de que apresenta funcionamento e resultados válidos, sendo de maior confiabilidade ao acusar dados positivos e negativos.

O teste de PCR-RT, um dos métodos utilizados no diagnóstico do vírus COVID-19, traduzido do inglês “reação de transcriptase reversa seguida de reação em cadeia da polimerase”, busca multiplicar uma fita molde, fazendo com que se torne mais expressiva a amostra recolhida, caso seja necessário.

De modo simplificado, são colhidas amostras de secreções nasofaríngeas do paciente ou até mesmo sanguíneas, e a partir delas procura-se identificar a presença do vírus, tudo isso com base no material genético que é vasculhado nas amostras coletadas.

Numa abordagem mais técnica, a testagem por reação em cadeia polimerase (PCR) baseia-se na transcrição reversa (RT), e os genes levados em consideração para análise são o N, E, S e RdRP, seguindo o protocolo recomendado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPS/OMS), o qual tem sido usado nas redes pública e privada, sendo atualmente o método de referência para detecção do COVID-19 no Brasil.

Imagem 1: Comparação entre os testes de Covid-19. Autoria própria. Informações retiradas do Site de Medicina da UFMG.

O RT-PCR é o exame que detecta o RNA do vírus através da amplificação do ácido nucleico pela reação em cadeia da polimerase.

Nesse teste, as amostras devem ser coletadas através de swabs (similar a um cotonete, porém mais comprido) que são passados no fundo do nariz ou da garganta. Deve ser feita por um profissional de saúde e realizada logo no início da doença, mais precisamente na primeira semana.

Saiba mais sobre a testagem RT PCR

Já os testes sorológicos devem ser realizados a partir da segunda semana, pois é quando a quantidade de vírus diminui e o indivíduo infectado começa a produzir anticorpos contra o vírus, principalmente das classes IgG e IgM. A diferença entre esses dois anticorpos é que os da classe IgM são mais precoces, podendo ser detectados a partir da 2ª semana de infecção, enquanto os da classe IgG aparecem após 14 dias de infecção, persistindo por mais tempo.

Esses testes são obtidos através de amostras de soro após punção venosa e deve ser realizado em laboratório em, pelo menos, 10 dias após o surgimento dos sintomas, e também através de testes rápidos realizados com sangue capilar, que pode ser obtido por punção digital.

Nenhum dos testes sorológicos oferecidos recebeu validação da Organização Mundial de Saúde, tendo somente sido utilizados a fim de pesquisa, e não com o fim de indicar a presença ou não do vírus nos pacientes.

Apesar dos testes de PCR-RT apresentarem resultados satisfatórios no diagnósticos do vírus, sendo que em muitos países, inclusive no Brasil, é tido como padrão ouro no diagnóstico do víruos SARS-CoV-2, , é importante ressaltar que podem haver alguns erros de precisão dos resultados relacionados à sensibilidade e especificidade do processo de testagem.

Em paper que discorre sobre a utilização e realização correta dos testes que visam detectar o vírus Covid-19, Zitek (2020), aborda problemáticas acerca do PCR-RT que em condições clínicas apresenta sensibilidade questionável sugerindo que mais pesquisas são necessárias para avaliar qual a real eficiência do teste, pois em muitos casos, o resultado negativo não reflete a real natureza do estado do infectado, onde o paciente pode estar passando por um processo de “limpeza” do vírus, onde ainda pode ser foco de transmissão e perpetuação do vírus.

Papel dos Anticorpos:

Os anticorpos são proteínas produzidas por nossas células de defesa que impedem que organismos patogênicos desencadeiam danos ao organismo. São produzidos por um tipo especial de leucócito, chamado de linfócito B, produzido pela medula óssea e distribuído pelo corpo via sistema linfócito.

Os anticorpos, chamados de imunoglobulinas, são formados por quatro substâncias ligadas entre si que dão aos anticorpos uma estrutura semelhante a de um Y.

Em virtude da propriedade dos anticorpos de defenderem os organismos, o homem criou formas de promover essa imunização, como a vacina. A vacina consiste na injeção de antígenos (substâncias capaz de desencadear respostas do sistema imune) mortos ou atenuados a fim de estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos e células de memória. Essa substância funciona, portanto, como uma forma de prevenção, uma vez que, se o corpo for exposto novamente ao mesmo antígeno, ocorrerá uma resposta imune rápida, impedindo o desenvolvimento da doença.

A tecnologia é um dos principais fatores que contribuem para a melhora do tratamento e do diagnóstico de doenças.

Através de inovações de aplicativos de Smartphone, chips implantados sob a pele e outras possibilidades, doenças como o câncer, serão mais facilmente diagnosticadas e irão colaborar para elevar cada vez mais a expectativa de vida. As vantagens para essa revolução podem ser inúmeras, mas dentre elas uma chama a atenção: a diminuição do alto índice de diagnósticos errados por falha humana e consequências negativas por negligência com o exame clínico.

Uma pesquisa realizada pelo Journal of the American Medical Association em 2012, estima que entre 10% e 20% dos pacientes norte-americanos são vítimas de erros na identificação de doenças e 40 e 80 mil pessoas morrem pelos diagnósticos malfeitos. A utilização destas novas ferramentas tecnológicas possibilitam que o profissional tenha outros recursos para diagnosticar doenças, além dos sintomas detectados e relatados pelo paciente na hora da consulta e baseia-se em exames complementares, que levam a diagnósticos mais exatos.

Médicos serão cada vez mais gestores da saúde, deixando de ser o detentor de toda a informação sobre a vida e a saúde do paciente e passando a ser um tipo de analista.

Grande parte dos meios tecnológicos disponíveis aos pacientes hoje, oferecem soluções simples como planilhas para o controle da alimentação, qualidade de sono e sinais vitais.

O grande desafio para o novo modelo de diagnóstico, concentra-se no desenvolvimento de soluções mais rápidas, que causam menos incômodo aos pacientes e tragam mais eficiência e segurança nos diagnósticos, possibilitando tratamentos ou intervenções mais adequadas.

O futuro da tecnologia médica, nos faz prever que a cada dia vão surgir novos equipamentos e soluções. O importante é estar preparado e saber quando e como utilizá-los a favor.

 

Ler:

https://www.thelancet.com/journals/lanres/article/PIIS2213-2600(20)30453-7/fulltext?fbclid=IwAR1qtsK_Mp7NoegKZtlRRLA6ov4bKujrry44M1pBjXhrcZEJZHliNTPPaLM

 

https://pubs.rsna.org/doi/full/10.1148/radiol.2020200642

 

https://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/14737159.2020.1757437

 

 

Referências bibliográficas:

 

https://m.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/anticorpos.htm Acesso em 24/01/2021 às 18h22.

 

https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca#o-que-e-covid Acesso em 14/01/2021 às 04h18.

 

https://cmtecnologia.com.br/blog/tecnologia-diagnostico-revoluciocao-saude/?amp Acesso em 24/01/2021 às 20h35.

 

https://dasa.com.br/coronavirus#lp-pom-block-3150

 

https://www.saude.mg.gov.br/component/gmg/story/13013-conheca-o-rt-pcr-em-tempo-real-metodo-utilizado-para-o-diagnostico-de-covid-19

 

Zitek, Tony. (2020). The Appropriate Use of Testing for COVID-19. Western Journal of Emergency Medicine. 21. 10.5811/westjem.2020.4.47370.

 

Sousa et al. (2020). Protocolos utilizados para diagnostico de COVID-19. Revista da FAESF, vol. 4. Número especial COVID 19. Junho (2020) 35-39. ISSN 2594 – 7125

 

https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/19/BE12-Boletim-do-COE.pdf

Acesso em 25/01/2021 às 11:37.

 

https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/42916/2/PainelOrientaProfissionaisSa%c3%bade.pdf Acesso em 25/01/2021 às 12:20.

EFEITOS ECOLÓGICOS GERADOS PELO CORONAVÍRUS: QUALIDADE DO AR

 

A pandemia causada pelo Coronavírus (COVID-19), levou o país e o mundo a tomar medidas de precauções e isolamento social para conter o vírus. Após o decreto de lockdown, muitos locais por onde passavam milhares de pessoas por dia ficaram vazios e imagens de satélite mostram que com a quarentenaos níveis de poluição do ar estão temporariamente diminuindo ao redor do mundo. Grandes centros urbanos experimentam, após muito tempo, os benefícios da menor circulação de pessoas e automóveis, expressos pela qualidade do ar que melhorou muito com as medidas de isolamento social.  

Durante muitos anos, a preocupação com a qualidade do ar vem sendo pauta de discussão mundial, já que as alterações na atmosfera, como o que vemos com o aquecimento global através da intensificação do efeito estufa, podem comprometer a vida na Terra e o futuro das próximas gerações. Antes da pandemia, o nível de emissões de poluentes por grandes cidades do mundo era 5 vezes maior do que o permitido e aceito pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Com a pandemia, a crise econômica e de saúde, as cidades entraram dentro dos valores recomendados, os quais não devem ser ultrapassados, para proteger a saúde da população.  

Desta forma, estudos atuais mostram como a pandemia e as medidas de isolamento alteraram a qualidade do ar, servindo de reflexão para uma mudança de comportamento da sociedade quanto ao uso dos recursos naturais e toda sua relação de modo geral com o meio ambiente. 

Pesquisas utilizando os parâmetros de qualidade do arapontam diminuições das emissões dos principais poluentes, como CO, CO2, O3, SO2; NO2 (Figura 1) e materiais particulados no ar durante o ano de pandemia em 2020, quando comparados aos dados da mesma época em 2019 (Figura 2). No entanto, pesquisadores na China mostraram que à medida que as atividades econômicas foram sendo retomadas, a poluição do ar foi aumentando novamente. 

 

Figura 1 – Imagem de satélite das concentrações de poluente na atmosfera. Comparação de emissão de NO2 em 2019 e 2020 nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Foto: Diego Hemkemeier Silva/Divulgação/Via G1. 
Figura 2 – Modelo computacional da comparação de CO2 emitidos na atmosfera em 2019 e 2020 na cidade de Curitiba, PR. Fonte: Jornal O Eco. 

 À proporção que evidências de melhoria na qualidade do ar nas grandes cidades foram constatadas, foi observado, contraditoriamente, um aumento na emissão de CO2 na atmosfera próximo a países tropicais. No Brasil, o principal fator da emissão de CO2 para a atmosfera, é o aumento do desmatamento ilegal e oportunista das florestas, como a Floresta Amazônica (Figura 3). Os motivos pelos quais isso vem ocorrendo são diversos e mudam muito rápido em períodos de grande transformação social, como atualmente durante a pandemia. As evidências sugerem que a mudança do uso do solo, ou seja, o desmatamento ilegal por queimadas – que emite material particulado no ar pela queima de biomassa –, crescera por consequência do afrouxamento de políticas de fiscalização e monitoramento ambiental, já que em teoria, todos os esforços estão voltados para a contenção do vírus no país. O desmatamento aumentou 63% na América, 136% na África e 63% na Ásia-Pacífico, e impactou a maioria dos países dentro dessas regiões (América: 24 de 28 países; África: 30 de 47 países; e Ásia -Pacífico: 15 de 28 países). 

Figura 3 – Histórico de desmatamento na Amazônia com dados até Julho de 2020. Fonte: Site Editora Expressão. 

Sendo assim, observou-se um aumento na emissão de gases do efeito estufa e as previsões para os dados de desmatamento na Amazônia são de contínuo crescimento, ameaçando os ecossistemas florestais e as comunidades humanas, podendo aumentar ainda mais os riscos de transmissão de doenças zoonóticas emergentes com potencial pandêmico, como a Covid-19.  

De modo geral, conclusões definitivas sobre o impacto na qualidade do ar ainda é algo muito complexo, uma vez que o comportamento da atmosfera é influenciado por fatores como chuvas e ventos, que funcionam como mecanismos de remoção e dispersão de poluentes da atmosfera. Além do mais, a continuidade de práticas de atividades nada sustentáveis, como o caso do aumento do desmatamento na Amazônia, traz a necessidade de diagnósticos constantes, mas a falta de interesse político perante ao real monitoramento de desmatamento no Brasil e outras regiões amazônicas da América do Sul, impede o acesso às informações em tempo real e de qualidade.  

Contudo, não podemos deixar de notar e reconhecer os impactos positivos que a alteração na qualidade do ar teve, a nível local e regional, influenciando a saúde, a flora, a fauna, o desenvolvimento socioeconômico e o patrimônio, enfim, o meio ambiente de maneira geral. Frente a estas informações, nos permeamos de um grande questionamento: será que as melhorias na qualidade do ar resultantes do isolamento social, e todos os efeitos positivos para a saúde e meio ambiente serão suficientes para que o ser humano reflita e mude, de uma vez por todas, sua forma de se relacionar com a natureza?

Produzido por Isabela Martins, Juliana Coura, Leonardo Praxedes e Vanessa Borges. 

Referências: 

ANDRADE, Rodrigo de Oliveira. Redução da poluição decorrente do isolamento social permite a realização de estudos inéditos sobre a qualidade do ar nas grandes cidadesRevista Pesquisa FAPESP. 22 mai. 2020. Disponível em: <https://revistapesquisa.fapesp.br/observatorios-urbanos/>. Acesso em: 15/12/20. 

BRANCALION, P. H. S. et al. Emerging threats linking tropical deforestation and the COVID-19 pandemic. 2020. Perspectives in Ecology and Conservation, v. 18, n. 4, p. 243–246. 

CHIAPELLO, M. et al. O que a qualidade do ar nos diz sobre a resposta ao coronavírus no Brasil e na região?. 2020. Iad.org. Disponível em: <https://blogs.iadb.org/brasil/pt-br/o-que-a-qualidade-do-ar-nos-diz-sobre-a-resposta-ao-coronavirus-no-brasil-e-na-regiao/>. Acesso em: 15/12/20. 

EDITORA EXPRESSÃO. Brasil caminha para recorde de desmatamento na Amazônia. Disponível em: https://www.editoraexpressao.com/brasil-caminha-para-recorde-de-desmatamento-na-amazonia. Acesso em: 25 jan. 2021. 

G1 GLOBO. Confinamento diminui poluição em SP, Rio e outros centros urbanos. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/04/10/confinamento-diminui-poluicao-em-sp-rio-e-outros-centros-urbanos-veja-imagens-feitas-com-dados-de-satelite. Acesso em: 25 jan. 2021. 

JERUSALÉM, Neusa. Qualidade do ar melhora com o distanciamento socialSecretária da saúde (RS), 4 jun.2020. Disponível em: < https://saude.rs.gov.br/qualidade-do-ar-melhora-com-o-distanciamento-social>. Acesso em: 23/01/2021. 

O ECO. Redução da poluição no ar durante pandemia convida à mudança de comportamento social. Disponível em: https://www.oeco.org.br/reportagens/reducao-da-poluicao-no-ar-durante-pandemia-convida-a-mudanca-de-comportamento-social/. Acesso em: 25 jan. 2021. 

RIBEIRO, J. C. J.; CUSTÓDIO, M. M.; PRAÇA, D. H. P. Covid-19: Reflexões Sobre Seus Impactos Na Qualidade Do Ar E Nas Modificações Climáticas. 2020. Veredas do Direito: Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, v. 17, n. 39, p. 265–296. 

TSAI, David. A estreita relação da qualidade do ar com o Coronavírus. 2020. EcoDebate. Disponível em < https://www.ecodebate.com.br/2020/05/15/a-estreita-relacao-da-qualidade-do-ar-com-o-corona-virus/>. Acesso em: 20/01/21. 

Coronavírus: de quem é a culpa ?!?

Querido(a) leitor(a),

Aposto que você está por dentro de todos os desdobramentos da Covid 19. Esse assunto tem sido um dos mais comentados no mundo todo. É só ligar o noticiário, abrir o jornal ou entrar nas redes sociais para se deparar com dezenas de notícias sobre o vírus, as pessoas infectadas, os impactos sociais e econômicos relacionados a ele, a vacina e diversos outros assuntos a respeito dessa doença. A questão principal que queremos tratar aqui é: Você sabe qual é a origem do coronavírus e como ele chegou até às pessoas? 

Não é novidade para ninguém essa história de que os seres humanos estão destruindo o planeta. Em 1972 ocorreu a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente. Este evento foi um grande marco pois, pela primeira vez na história, os países se uniram para tratar de questões relacionadas à degradação ambiental. Hoje, quase 50 anos depois, a destruição das florestas, a caça dos animais e a poluição do ar e da água ainda são uma grande problemática. É justamente sobre isso que queremos falar. 

O crescimento populacional tem ocorrido desenfreadamente, de forma que na última década houve um aumento de 130 milhões de pessoas, contabilizando 7,8 bilhões em 2020.  Isso se reflete em dois fatores muito significativos em relação à degradação ambiental; a expansão do ambiente urbano e o aumento da demanda por recursos, que desencadeiam grandes problemas, como o desmatamento e a fragmentação florestal, que por consequência, modificam as estruturas e composição dos habitats. 

 O sudeste asiático foi uma das regiões do mundo que mais sofreu com o desmatamento, em torno de 30% de mata perdida nos últimos 40 anos (Afelt et al., 2018). Além da Ásia, esse número tem aumentado em diversos continentes do mundo. Dados do INPE mostram que em 2020, o percentual de desmatamento no Brasil cresceu 34,5% em relação ao último ano. Porém, nem sempre o desmatamento e a antropização geram  perda de animais, pois muitos conseguem se adaptar e se estabelecer nesses novos ambientes, como ocorre com os morcegos.

Os animais são por natureza grandes hospedeiros de vírus, no entanto, isso não significa necessariamente que eles os causem algum mal. Os vírus são os organismos mais simples e abundantes que existem. Eles necessitam de organismos maiores e mais complexos para conseguirem completar seu ciclo de vida. Assim, a maioria dos vírus co-evoluíram com seus hospedeiros de forma que, eles conseguem cumprir seu ciclo de vida sem causar grandes danos aos seres que os carregam. Essa co-evolução foi fundamental para que os animais pudessem se adaptar e conviver com esses vírus,  podendo até, em alguns casos, se beneficiar com essas interações. 

Porém, ao contrário dos animais, os seres humanos não apresentam adaptações a esses vírus. Isso ocorre justamente pelo fato de que esses microrganismos estão, na maior parte dos casos, vivendo na natureza em equilíbrio constante com seus hospedeiros. Ou seja, esses vírus estão, naturalmente, distantes dos homens.

O problema é que, como mencionado, nós estamos interrompendo esse equilíbrio natural através do desmatamento das florestas que, como consequência, reduz a área de vida dos animais. Esses animais, por sua vez, acabam invadindo as cidades, já que seus habitats estão cada vez menores e as cidades cada vez maiores e mais próximas desses fragmentos florestais. A caça é um outro fator que coopera com o desequilíbrio, porque ela contribui com a perda de algumas espécies que são fundamentais no controle de diversas populações. Assim, nós temos um cenário em que os homens estão entrando em contato direto com animais, bem como com os vírus que eles carregam. Desta forma, os vírus que antes infectavam somente animais, tornam os seres humanos seus novos hospedeiros em um processo denominado quebra de barreira.

O Sars-CoV-2 é um exemplo de vírus que, até então, estava em equilíbrio com seus hospedeiros naturais, os morcegos. No entanto, a proximidade desses animais com os seres humanos, possibilitou a infecção desses novos hospedeiros pelo coronavírus. A história a seguir ilustra esse processo:   

O sr. Chang é um chinês muito tradicionalista, por volta dos 70 anos, que vive em uma província da China. Todos os dias ele levanta bem cedo para ir até o mercado local de peixes, onde são vendidos peças de animais marinhos, uma grande diversidade de carnes de animais selvagens, além de outros insumos vindos da caça de animais silvestres, como por exemplo o pangolin, cabras, jabutis, jacarés e morcego. Suas compras de todas as manhãs são as mesmas, um pacote pequeno com preparos que são usados para chá, ajudando a manter a imunidade alta, segundo a medicina tradicional e o costume local. Além disso, a barraca onde ele compra o chá, é de um colega de infância, o Jin, que se tornou um caçador bem conhecido na região. Em sua barraca é possível encontrar diversos insumos provindos da caça;  e  todas as manhãs eles sempre se cumprimentam e ficam conversando, mantendo essa proximidade. 

Até que certo dia, Jin estava um pouco resfriado, mas foi trabalhar mesmo assim. Conversando com Chang ele explicara como são as caças, e disse que após atirar no animal, ele o pega com sangue, sem luvas e corta os pedaços com um facão ali na mata mesmo, e que os locais aonde ele mais estava encontrando pangolins e tatus era próximo a cavernas, mas que ficava incomodado com o cheiro de fezes de morcegos que era muito presente ali por conta da caverna. 

Esse resfriado de Jin foi piorando e piorando, até que ele começou a ter uma falta de ar muito grande, febre, e assim foi ao hospital. Não passou 1 semana, Chang e outras pessoas que trabalhavam e que frequentavam o mercado local começaram a sentir os mesmos sintomas. Assim começara a se espalhar um novo vírus, totalmente incerto, mas que logo foi nomeado como causador da Covid-19. Rapidamente o vírus se espalhou por toda a região, e foi se espalhando para quase toda a China que estava tomada de casos, e mais alguns outros espalhados pelo mundo. 

Chang foi para o hospital, foi medicado e logo teve alta, uma melhora significativa, mas não podemos dizer o mesmo de seu colega Jin, que acabou falecendo por complicações. Algum tempo depois foi decretado um estado de pandemia no mundo!

Apesar de a história acima apresentar personagens fictícios, os fatos narrados são reais, demonstrando que a caça, bem como a proximidade dos seres humanos de áreas naturais, são os  principais causadores da disseminação de novos vírus, nas populações humanas.  

  Referências: 

Acosta, A. L. et al. Interfaces à transmissão e spillover do coronavírus entre florestas e cidades. Estudos Avançados,vol.34 n.99, 2020. Disponível em < https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2020.3499.012 >  

Afelt A. et al. Bats, Coronaviruses, and Deforestation: Toward the Emergence of Novel Infectious Diseases? Microbiology, 11, 2018. Disponível em < https://doi.org/10.3389/fmicb.2018.00702

Análises genéticas  indicam morcegos como provável origem do novo coronavírus. Pesquisa Fapesp, 2020. Disponível em < https://revistapesquisa.fapesp.br/analises-geneticas-indicam-morcegos-como-provavel-origem-do-novo-coronavirus/

Da florestas para a cidade. Pesquisa Fapesp, 2020. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/da-floresta-para-as-cidades/

Fisher, M., Henk, D., Briggs, C. et al. Emerging fungal threats to animal, plant and ecosystem health. Nature 484, 186–194 (2012). Disponível em < https://doi.org/10.1038/nature10947 >

Novo Coronavírus pode estar em circulação há décadas. Pesquisa Fapesp, 2020. Disponível em < https://revistapesquisa.fapesp.br/novo-coronavirus-pode-estar-em-circulacao-ha-decadas/

O que o desmatamento tem a ver com novas pandemias? Pesquisa Fapesp, 2020. Disponível em < https://revistapesquisa.fapesp.br/como-virus-pulam-da-floresta-para-pessoas/

Texto escrito por: Laura Vieira, Sandy Hermann e Tárcio Silva.

Implicações das mutações no vírus

Autores: Raquel Carvalho, Henrique Petrovich, Mateus Geovane e Lilian Mai

 No princípio era só um vírus, e o vírus estava com mutação, e o vírus era covid… 

  Ao longo das últimas décadas a evolução no que tange a ciência da biologia molecular permitiu a classificação de diversos seres vivos, porém, o debate acerca da classificação dos vírus como organismo vivo, ou não, permanece em discussão em meio a comunidade cientifica. No entanto, é sabido que tais entidades são mais do que simplesmente um patógeno. Mesmo sendo caracterizado como seres acelulares, os vírus possuem o seu próprio ácido nucleico que exerce as funções relacionadas a sua replicação, e contam com uma estrutura que possibilita a sua movimentação de um hospedeiro a outro, ou seja, o vírion, proteínas encapsuladas e organizadas em um nucleocapsídeo. Esta entidade biológica pode ser constituída tanto de DNA, quanto de RNA. Não obstante, embora dotado de um genoma viral próprio, o vírus é incapaz de se replicar de maneira independente, bem como necessita da célula de seu hospedeiro para obtenção energia e síntese proteica, por isso ao infectar a célula ele converte o maquinário desta para o seu pleno funcionamento. Dessa forma, estes seres são denominados como parasitas intracelulares obrigatórios. 

Figura 1: A proteína Spike do Coronavirus. Fonte: Fernandez-Rua, 2020 

Novo coronavírus: um caso de família 

      2020 foi com certeza um ano turbulento e inesperado graças ao SARS-CoV-2 ou Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (síndrome respiratória aguda grave), que teve início lá em dezembro de 2019 em Wuhan, China. Ninguém esperava que se alimentar de animais silvestres como os morcegos, traria uma doença fatal, altamente transmissível em humanos e que se transformaria em uma verdadeira pandemia em poucos meses. Bom, quase ninguém. Em 2015 Menanchery e sua equipe já relataram que havia potencialidade de transmissão do vírus SHC014-CoV (antigo nome da SARS-CoV-2), muito semelhante com o SARS-CoV, em morcegos-ferradura para humanos. A sua infecção consiste na entrada na célula hospedeira por meio da proteína S do vírus, que se interage com a proteína aceptora ACE2 (Figura 1). Desse modo, o vírus libera seu genoma no citosol celular e, por meio da utilização do maquinário da célula receptora, novos RNA viriais serão sintetizados, sendo a produção de um novo virion, que possibilitará o seu deslocamento para uma outra célula com potencial de infecção (figura 2). Menanchery et al. estavam preocupados pois os “irmãos” do SARS-CoV-2, o SARS-CoV e o MERS-CoV, causaram grandes impactos. O primeiro, também teve início na China em 2002 e causou o SARS e se espalhou para 27 países com 8.096 casos relatados e 800 óbitos, mas depois de oito meses, ela já havia sido controlada. Já o vírus MERS-CoV, que causa a doença MERS (síndrome respiratória do oriente médio), ocorreu em 2012 na Arábia Saudita por meio de camelos e há a suspeita de ter sido também originária de morcegos. Como em SARS, atingiu 27 países, com 1.728 casos e 204 óbitos. Em relação ao SARS-COV-2, em pouco tempo tomou grande proporção, onde no mês de fevereiro dados registravam 76.288 casos de contaminação, 2.345 mortes no país epicentro da doença, China, além dos mais de 1.300 casos confirmados em aproximadamente 27 países, alcançando já no mês de março um aumento expressivo no número de casos, um total de 90.053 ao redor do mundo, tornando-se uma pandemia, um fenômeno de preocupação sanitária de interesse global. 

Figura 2: Caracterização da entrada do Sars-CoV-2 na célula hospedeira, demostrando a ACE2 como estrutura receptora. Fonte: Vellingiri et al. 2020.

      O SARS-CoV-2, assim como o SARS-CoV e o MERS-CoV, são coronavírus humanos, pertencentes ao gênero beta-coronavírus, membro da família Coronaviridaefigura 1, sendo os maiores vírus de RNA de fita simples de sentido positivo e organizado em 15 estruturas abertas chamas de ORFs. Os coronavírus são divididos em quatro gêneros em relação a sua filogenia, sendo gama e delta-coronavírus apontados como coronavírus de origem aviária, e alfa e beta-coronavírus, como os coronavírus de mamíferos.

Figura 3: Classificação do coronavírus. Fonte: REHMAN et al. 2020.

    Os vírus da linhagem alfa-coronavirus, frequentemente estão relacionados a infecções de caráter leve a moderado nas vias aéreas de pessoas infectadas, como alguns resfriados. No entanto, os representantes da linhagem beta-coronavirus, possuem potencial de causar infecções mais graves. O Sars-CoV-2, que provoca a Covid-19, é caracterizado por ter uma capacidade de transmissão mais elevada em relação aos demais coronavírus. Este fato é apontado como resultado de uma ligação mais forte e mais rápida à ACE 2, que acaba por potencializar seu grau de transmissão. Em contrapartida, registra uma taxa de letalidade de aproximadamente 3,4%, um valor relativamente baixo quando comparado ao Sars-CoV e Mers-Cov, que apresentaram um valor bruto de 9% e 34,4%, respectivamente.  

A evolução acompanhada de mutações 

      Um fenômeno importante que foi uma das causas para o salto do vírus em morcegos para humanos, é a mutação. É uma palavra em alta, presente em noticiários, jornais, rádios e nas conversas do cotidiano. Entretanto, como as mutações ocorrem? Elas simplesmente surgem do nada? Tem algum fator que acelera esse processo? Para isso, é importante compreender que existem duas origens para que as mutações ocorram, podendo ser induzida, através de agentes químicos e físicos ou de forma espontânea, que é o caso da covid-19. As mutações espontâneas ocorrem em um processo chamado de recombinação, que nada mais é a troca de segmentos de material genético entre duas linhagens de vírus diferentes em uma célula hospedeira, resultando em uma nova linhagem. No vírus da Covid-19 o gene OFR8 foi um dos protagonistas nos estudos de 2020, devido ter uma região genômica muito variável, ele foi reconhecido como um hotspot de recombinação, sendo altamente suscetível a deleções e substituições, portanto estudar esse gene é necessário devido à sua importância estrutural, entender a variabilidade e taxa de mutação de tal região. É importante ressaltar que as mutações geralmente têm um efeito negativo sobre o vírus e por esse motivo não persistem.

    As mutações variam de intensidade dependendo do tipo de material genético, em que os vírus de DNA tendem a ter baixas taxas uma vez que possuem enzimas polimerases que revisam e corrigem o genoma de potenciais erros. Já os de RNA, que engloba o coronavírus, apesar de também terem polimerases, não são capazes de realizar a correção das mutações. Isso ocasiona em evoluções especialmente mais rápidos que os vírus de DNA. Além disso, os vírus em geral evoluem rapidamente pois tendem a ter grande tamanho populacional e ciclo de vida rápido.  No entanto, o Sars-CoV-2 registra uma mutação relativamente baixa se comparado com os outros coronavírus. Mas o que isso na prática representa? Uma menor taxa de mutação ocorrendo em um vírus emergente como o Sars-CoV-2 pode ser compreendida como um vírus que está bem adaptado ao seu hospedeiro.

 

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Figura 4:  Relação entre taxa de mutação e tamanho de diversos genomas. Fonte: Swiss Institute of Bioinformatics

A nova linhagem é problemática ou não?  

      Mesmo que mutações muitas vezes não acarretem em consequências graves, há aquelas que podem deixar a doença mais transmissível ou mais letal, que é a principal preocupação dos cientistas. Por outro lado, pode abrandar a doença, evitando a morte do hospedeiro. Até janeiro de 2021 não houve indícios pertinentes de mutações que tornam a cepa mais agressiva do que as outras ou que seja mais resistente a vacinas. Entretanto, mutações estão acontecendo a todo momento e se espalhando e isso é um indício de como estamos lidando com a pandemia, como o caso do Rio de Janeiro, Manaus e outros estados, em que foi identificada uma nova linhagem que veio do Reino Unido em agosto de 2020 e possui 20 mutações. Tal linhagem, chamada de B 1.1.7, possui certas mutações que melhoram a habilidade de se ligar aos receptores das células humanas, ocasionando 70% de maior capacidade de transmissão (como pode ser demonstrado no vídeo abaixo). Além de ter uma deleção que torna o vírus menos letal. O problema é que, por menor que seja a taxa de letalidade, há um grande número de infectados, e quanto maior o número de infectados, maior o número de mortes. 

    A cepa não se mostrou mais transmissível para um grupo de pessoas em específico, entretanto, por enquanto, o clima do hemisfério sul tem se mostrado menos favorável à esta variação, fato que pode mudar futuramente. Até a data desta publicação, cerca de 20 mil mutações foram detectadas em Sars-CoV-2, possuindo aproximadamente 310 mil genomas conhecidos. Alguns países estão bem avançados em seus estudos a respeito da B 1.1.7, sendo os principais a Inglaterra, onde a variação provavelmente surgiu e a Dinamarca. Notou-se também um aumento de 1% para 30% na proporção desta variante no período de uma semana, o que demonstra sua alta capacidade de transmissão.  

Animação que mostra a interação (linhas em pontilhado) entre o a proteína spike de um vírus da cepa B 1.1.7 (em vermelho) com a proteína receptora ACE2 de uma célula humana (em azul) 

 

O que vem por aí… 

    No meio natural ocorre uma vasta riqueza de vírus com potencial zoonótico que evoluíram e estão em equilíbrio com seus hospedeiros. Contudo, ações de caráter antrópico podem vir a romper esta barreira, catalisando o seu transbordamento para além de suas fronteiras naturais. Assim, há grande possibilidade que no futuro novos coronavirus possam emergir, onde tais entidades possam experimentar novas alterações genéticas e que apresentem um potencial de letalidade muito mais elevado em relação aos surtos de coronavirus até o presente já evidenciados. 

Para descontrair…

Jogo da memória 

    Após a leituras do texto e do glossário, vamos ver se você aprendeu! Clique aqui e chame um amigo que não conhece sobre a história evolutiva do covid-19 para aprender junto com você

 

Referencias:

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Glossário evolutivo do novo coronavirus

Coronavírus: Pertence a subfamília Coronaviridae, sendo caracterizadas como vírus com pequenas espículas de proteínas parecidas com uma coroa, ou “corona”, em latim. Há centenas de tipos de coronavírus, sendo que sete são capazes de infectar humanos, onde quatro delas, nomeadas como 229E, NL63, OC43, e o HKU1, são associados a quadros de resfriados e infecções leves no trato superior. As outras três cepas pertencentes ao gênero Beta-Coronavírus que são o SARS-CoV, MERS-Cov e a SARS-CoV-2 que têm origem zoonótica e causam quadros mais graves e fatais de insuficiência respiratória.

Referência: Novo Coronavírus (COVID-19). Revista Sociedade Brasileira de Pediatria. Nº14, p. 1-14, 2020. Disponível em: https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/covid19/sbpediatria/dc612_sbp_novo_coronavirus_14022020.pdf

 

Alfa coronavírus: É um gênero da família Coronaviridae responsável pelo contágio em cães e gatos. A espécie CCoV (Canine Coronavirus) causa a gastroenterite canina enquanto a FCoV (Feline Coronavirus), causa Peritonite Infecciosa Felina (PIF).

Referência: Lima, C. M. A. O. Informações sobre o novo coronavírus (COVID-19). Radiol Bras. V. 53. N. 2. doi: https://doi.org/10.1590/0100-3984.2020.53.2e1. 2020.

 

Beta coronavírus: É outro gênero da família Coronaviridae, porém, é o responsável pelo contágio em humanos. Possui três espécies: SARS-CoV-2, responsável pela Covid-19 que compartilha 79,5% de sua sequência genética com SARS-Cov, que causa a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e a MERS-CoV,, que provoca a doença MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio).

Referência: Novo Coronavírus (COVID-19). Revista Sociedade Brasileira de Pediatria. Nº14, p. 1-14, 2020. Disponível em: https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/covid19/sbpediatria/dc612_sbp_novo_coronavirus_14022020.pdf

 

Cepa: também podem ser encontradas como estirpe. Por definição são um grupo de descendentes com um ancestral comum, que compartilham semelhanças fisiológicas ou morfológicas. Os vírus possuem apenas um material genético dentro, seja ele DNA ou RNA, tendo uma grande importância na genética do vírus. Como possuem grande capacidade de mutação “criam” novos vírus com material genético diferente daquele de origem. Assim, cada partícula viral terá um genoma diferente das demais, resultando na cepa.

PS: As mutações podem ocorrer de maneira espontânea, induzidas por agentes físicos ou químicos ou por interações genéticas entre vírus ou entre o vírus e a célula. Tais mutações resultam numa diferença na sequência dos nucleotídeos, diferenças antigênicas, nas propriedades funcionais e estruturais, que podem ser benéficas ou não. No caso do novo Corona vírus, a chamada segunda onda de contaminação foi devido a mutagenecidade do vírus. Essa segunda onda mostra a capacidade de mutação do vírus, uma vez que ainda nem acabou a primeira onda, e nova cepa da covid-19 já está causando mais casos e mortes.

Referencias: TORTORA, G.J., FUNKE, B.R., CASE, C.L. Microbiologia. -8. ed.-Porto Alegre: Artmed, 2005.

 

Contágio: Por definição, contágio é a transmissão de doença de uma pessoa a outra, por contato direto ou indireto. O contagio da corona vírus pode ocorrer de diversas formas (comuns para vírus) e se espalhar muito rápido entre as pessoas.

Referência: Brasil terá aumento abrupto nos casos de coronavírus, diz secretário do Ministério da Saúde. Agência Senado. Disponivel em : < https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/03/11/brasil-tera-aumento-abrupto-nos-casos-de-coronavirus-diz-secretario-do-ministerio-da-saude> 20 de dezembro de 2020.

A reunião familiar que causou 41 contaminações por novo coronavírus. IG. Disponivel em: < https://saude.ig.com.br/2020-08-10/a-reuniao-familiar-que-causou-41-contaminacoes-por-novo-coronavirus.html>. Acesso em 20 de dezembro de 2020

 

 

Deleção: É a perda de uma ou mais sequencias nucleotídicas pelo genoma de um organismo. A perda pode ser total ou parcial de um segmento.

Referencia: TORTORA, G.J., FUNKE, B.R., CASE, C.L. Microbiologia. -12. ed.-Porto Alegre: Artmed, 2017.

 

Gene: Inicialmente cunhada no ano de 1909, a nomenclatura gene corresponde a um fragmento do material genético (DNA) que se encontra localizado no lócus, dotado de informações para sintetizar RNA ou proteína. Ele se caracteriza como a unidade funcional da hereditariedade, ou seja, atua na determinação de um caractere transmitido entre gerações. A característica hereditária adquirida geneticamente é decodificada do gene para uma molécula de RNA que, posteriormente, codifica para uma proteína. Este processo em que um gene é transcrito em um RNA até a síntese de uma proteína é denominado expressão genica.

Figura: Gene dispostos ao longo do DNA e o processo de expressão genica

Fonte: ALBERTS et al., 2017.

Referência:

ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da biologia celular. 4. ed. Porto Alegre. Artmed, 2017. cap. 5, p.172-192. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714065/cfi/198!/4/4@0.00:37.0. Acesso em: 26/12/2020.

CARVALHO, Hernandes F; RECCO-PIMENTEL, Shirlei Maria. A célula. 4. ed. Barueri (SP). Manole, 2019. cap. 14, p. 245-262. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555762396/cfi/6/2!/4/2@0.00:0.00. Acesso em 28/12/2020.

 

Genoma: Corresponde à assembleia total de informação genética, em outras palavras, os genes presente em toda sequência da molécula orgânica de DNA ou, no caso de alguns vírus, presente em seu RNA, uma vez que os vírus podem apresentar tanto genoma de RNA quanto de DNA, sendo este comumente maiores.

Referência:

ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da biologia celular. 4. ed. Porto Alegre. Artmed, 2017. cap. 5, p.172-192. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714065/cfi/198!/4/4@0.00:37.0. Acesso em: 26/12/2020.

MADIGAN et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. cap. 9, p.265-290. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582712986/first. Acesso em 28/12/2020.

 

Linhagem: por definição linhagem refere-se a série de gerações de um indivíduo. A corona vírus se deu a partir de mutações da espécie original/ ancestral que sofreu mutações e gerou a linhagem da SARS-CoV, nessas mutações a espécie pode se adaptar a um hospedeiro em especifico ou apresentar mutações para parasitar diversos organismos. A figura apresenta a arvore filogenética da coronavirus, como seu ancestral comum e todas as cepas originadas dessas mutações.

OBS: em vermelho está o sars-cov2 vindo da china.

Referência: A análise filogenética mostra novos agrupamentos de coronavírus de Wuhan com SARS. EcoHealth Alliance. Disponivel em: < https://www.ecohealthalliance.org/2020/01/phylogenetic-analysis-shows-novel-wuhan-coronavirus-clusters-with-sars> acesso em: 03 de janeiro de 2021.

Linhagem. Dicio. Disponivel em: <https://www.dicio.com.br/linhagem/>. Acesso em: 20 de dezembro de 2020

 

Mutação: É uma modificação na composição do DNA por diversos tipos, como translocação, duplicação, deleção ou adição de bases nitrogenadas, por agentes mutagênicos, como substancias químicas ou radiações. Isso repercute na transcrição e tradução, afetando a proteína especifica e que causa grande variabilidade genética. Pode causar a perda ou ganho de função no alelo, alterar a morfologia do organismo, quebrar rotas enzimáticas e até mesmo são capazes de levar a letalidade. Além disso, é por meio de mutações que doenças são capazes de transmitir para outras espécies, como no caso do MERS, que de morcegos passou pra dromedários e em seguida para humanos. No SARS-CoV-2, as mutações ocorrem principalmente no gene que codifica a proteína spike, principal componente na entrada das células humanas, mas ainda há debate e dúvidas no meio científico sobre as consequências dessas mutações no vírus.

Tipos de mutações cromossômicas

Fonte: http://romeo.if.usp.br/~browngon/04/mutacoesall.html. Acesso em: 27 dez. 2020

Grubaugh, N. D. et al (2020). Making Sense of Mutation: What D614G Means for the COVID-19 Pandemic Remains Unclear. Cell, v. 182, n. 4, p. 794-795.

Klug, W. et al. Conceitos de Genética. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

 

Nucleotídeos: São monômeros constituintes de polímeros (DNA e RNA) cuja sequência determina os genes e genoma de cada organismo. São constituídos por três partes: uma base nitrogenada (moléculas orgânicas feitas de estruturas anelares que contêm nitrogênio, sendo elas citosina, timina, uracila, adenina e guanina), um açúcar de cinco carbonos (sendo ribose no RNA e desoxirribose no DNA) e um grupo fosfato (molécula ácida que contém fósforo).

Referência: Ácidos Nucleicos: Estrutura e função do DNA e RNA. Nucleotídios e polinucleotídios. mRNA, rRNA, tRNA, miRNA, and siRNA, Khan Academy. Disponível em: Ácidos nucleicos (artigo) | Khan Academy. Acesso em: 02 de janeiro de 2021.

 

PCR: Técnica utilizada na biologia e ecologia molecular que amplifica um ou alguns segmentos de DNA em milhões de cópias, o que pode ter diversos usos, desde a medicina forense (com amostras de fio de cabelo, por exemplo), na paleontologia, para a determinação de genomas de animais pré-históricos e na biologia molecular, como é o caso dos estudos envolvendo Covid-19. Neste caso, as amostras de RNA são coletadas através de swabs, uma espécie de cotonete que é colocada em contato com o nariz ou garganta do indivíduo, então são amplificadas para a detecção de uma atual infecção ou se o mesmo já foi infectado pelo vírus Sars-CoV-2 no passado.

Amplificação de ácido nucleico através de uma única amostra inicial

Referência: RT-PCR ou sorológico? Entenda as diferenças entre os testes para a covid-19, Medicina UFMG. Disponível em: RT-PCR ou sorológico? Entenda as diferenças entre os testes para a covid-19 – Faculdade de Medicina da UFMG. Acesso em: 03 de janeiro de 2021. How do you know if you have a virus? – Cella Wright, TED-Ed. Disponível em: How do you know if you have a virus? – Cella Wright

 

Proteína: São macromoléculas orgânicas composta por aminoácidos que estão ligadas entre si por ligações peptídicas, sendo constituídas por carbono, hidrogênio, oxigênio, enxofre e nitrogênio. As proteínas exercem funções primordiais para a vida, como no transporte de oxigênio, catalizadora de reações químicas, atuação da contração muscular e serem receptoras de membranas, que é o caso da proteína spike do SARS-CoV-2, que são transmembranas com forma de coroa para a fixação celular em receptores e induzir a fusão com a célula hospedeira.

Figura: Tipos de estruturas em proteínas. Fonte: https://www.euquerobiologia.com.br/2017/12/tipos-estruturas-proteinashtml. Acesso em: 27 dez. 2020.

Referencias:

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Menck, C. F. M. & Sluys, M. V. Genética Molecular Básica: dos genes aos genomas. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

 

Proteína ACE2: É uma proteína humana receptora localizada no cromossomo x que desempenha importante papel na ligação com a proteína S. Essa proteína tem como função no organismo de promover a vasodilatação e diminuir a pressão arterial.

Fonte: UFPE | CAA, Licenciatura em Química, JQI, Caruaru ANO VI, nº 02. Disponível em: https://www.ufpe.br/documents/39102/1899826/Ed2_anoVI.pdf/561864e1-c533-4e6a-8638-c7daa26fc91f. Acesso em: 27 dez. 2020.

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Hussain, M. et al. (2020). Structural variations in human ACE2 may influence its binding with SARS-CoV-2 spike protein. Journal of Medical Virology, n. 92, p. 1580-1586.

 

Proteína S. Spike Protein: É uma das proteínas codificadas pela SARS CoV-2, possui como característica principal projeções em forma de espículas dando um aspecto de coroa ao vírus. Além disso, por serem ricas em glicoproteínas, possuem grande importância no processo da penetração nas células hospedeiras, se ligando com receptores da célula hospedeira que no caso, é a proteína ACE2.

Fonte: Li, G. et al. https://doi.org/10.1002/jmv.25685

Referencia:

Li, G. et al. (2020). Coronavirus infections and immune responses. Journal of medical virology, n. 92, p. 424-432.

 

Sequenciamento: É o processo bioquímico no qual é determinada a sequência e ordem exatas dos nucleotídeos em moléculas de ácidos nucleicos. É de fundamental importância para compreensão da estrutura e função dos ácidos nucleicos, das células, organismos e suas propriedades hereditárias. Desde que foi desenvolvido na década de 1970 por Sanger e Gilbert, o sequenciamento de primeira geração (também conhecido como sequenciamento de Sanger) possibilitou o isolamento e estudo do DNA, onde diversos novos estudos se desenvolvessem nas mais diversas áreas, inclusive no Projeto Genoma Humano, que determinou a sequência de todo o genoma humano. Os métodos se sequenciamento, entretanto, foram avançando e se tornando cada vez mais tecnológicos, até o mais recente Sequenciamento de Nova Geração (NGS) ou ainda sequenciamento de segunda geração, que possibilita não apenas um processo mais célere que o anterior, como o sequenciamento de milhões de pares de base (que anteriormente era limitado à 96 amostras por vez). O sequenciamento ainda é de suma importância, sendo utilizado, inclusive, nos estudos de Covid-19.

Sequência de nucleotídeos em uma dupla fita de DNA.

Referência: Sequenciamento de DNA: Desvendando o código da vida, Biometrix. Disponível em: Sequenciamento de DNA: Desvendando o código da vida (biometrix.com.br). Acesso em: 02 de janeiro de 2021.

 

Seleção natural: Mecanismo evolutivo proposto por Chales Darwin que explica como as modificações hereditárias ocorrem. Segundo a proposta, o mecanismo atua através da seleção dos organismos mais aptos a sobreviverem em dado ambiente e parte de algumas observações como: (i) nem toda a prole é capaz de sobreviver, (ii) características são geralmente herdáveis e (iii) as características herdadas pelas proles não são totalmente iguais, mesmo que frutos dos mesmos pais. Portanto, no geral, as características que serão herdadas serão as que promovam maior chance de sobrevivência às proles, a final, os pais com tais características sobreviveram até a fase da reprodução e essas características então tendem a ser tornarem mais comuns, onde, ao longo das gerações, a população se tornará adaptada ao ambiente através da seleção natural. Os vírus de Sars-CoV-2 podem, por exemplo, através da seleção, se tornarem mais resistentes aos indivíduos que infectam, o que pode variar com localização geográfica ou presença de anticorpos por conta de uma infecção anterior pelo mesmo vírus.

Referência: Darwin, evolução e seleção natural, Khan Academy. Disponível em: Darwin, evolução e seleção natural (artigo) | Khan Academy. Acesso em: 03 de janeiro de 2021.

 

Vírus de DNA e RNA: Os vírus DNA tendem a ser maiores e mais diversificados. Utilizam uma variedade de enzimas de DNA polimerases para sintetizar o genoma, se replicando no núcleo da célula hospedeira. São divididos em duas classes, vírus de DNA de fita simples e de fita dupla. Já os vírus RNA, tendem a ser menores e com menos genes, sendo capazes de infectar muitos hospedeiros e se replicarem rapidamente no citoplasma. Geralmente tais vírus não tem mecanismo de revisão, sendo então mais provável que aconteçam mutações que tem potencial de gerar novas cepas ou variações do vírus original. Essas mutações podem tornar o vírus mais adaptável a certos ambientes, como ter a capacidade de infectar novas espécies, como foi o que ocorreu com a ebola, zika, SARS e a covid-19. Além disso, são divididos como tipo (+) e tipo (-). No caso do SARS-CoV-2, seu tipo é (+).

Uzunian, A. (2020). Coronavírus SARS-CoV-2 e Covid-19. J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.56

Payne, S. (2017). Viruses – Introduction to DNA Viruses. P. 231–236. doi:10.1016/B978-0-12-803109-4.00028-3

 

Virulência: É uma associação entre parasita e hospedeiro, em que quando há a alta virulência, o parasita provavelmente possui poucas adaptações e está em um estágio considerado primitivo na associação com o hospedeiro. Já quando o parasita tem uma prolongada associação com seu

hospedeiro, a sua virulência tende a ser menor. Isso permite que ambas as espécies vivam e desse modo, evite a extinção.

Giorgo, S. (1995). Moderna visão de virulência. Rev. Saúde Pública, v. 29, n.5

Referencia:: https://www.news-medical.net/health/The-Phylogenetic-Tree-of-the-SARS-CoV-2-Virus-(Portuguese).aspx

 

Integrantes do grupo: Henrique Petrovich, Lilian Kinukawa, Mateus Silva, Raquel Gradwhol

Glossário – Efeitos Ecológicos do Coronavírus

 

Doenças zoonóticas ou zoonoses  

São doenças que são transmitidas de animais para humanos. A transmissão pode se dar de diversas maneiras, desde picadas até o consumo ou manipulação de água ou animais contaminados. Segundo os Institutos Nacionais de Saúde, as doenças zoonóticas correspondem a 60% das doenças contagiosas conhecidas. Existem zoonoses que não causam sérios danos à saúde, porém algumas podem ser muito danosas e até mesmo mortais, como a doença de Lyme e a Ebola. 

Os principais fatores que disseminam as doenças zoonóticas estão relacionados ao uso errado dos recursos naturais pelos seres humanos, como a intensificação de práticas não sustentáveis, aumento da exploração de animais silvestres, aumento no consumo de proteína animal, aumento da população humana de forma desenfreada e alterações climáticas. O derretimento das geleiras, por exemplo, pode causar o aparecimento de novos patógenos bacterianos ou virais que, em contato com humanos podem ocasionar outra pandemia. 

Efeito estufa e Dióxido de carbono (CO2)

É um fenômeno natural que regula a temperatura da terra, ele vem acontecendo desde a formação da atmosfera terrestre e é muito importante para a manutenção de vida na terra. Esse mecanismo só ocorre devido aos gases que compõe a atmosfera, eles permitem a entrada dos raios solares, mas evitam que o calor seja totalmente refletido para o espaço, mantendo assim a superfície terrestre devidamente aquecida.  

Os principais gases do efeito estufa (GEE) são: Dióxido de carbono; Gás metano; Óxido nitroso e Gases fluoretados. Contudo, esse efeito intensificou-se ao longo dos anos devido ao aumento da emissão dos GEE através, por exemplo, da queima de combustíveis fósseis pelas indústrias e automóveis que liberam principalmente o CO2 (dióxido de carbono) e CH4 (metano). Sendo o dióxido de carbono o principal responsável pelo aumento do efeito estufa, uma vez que é o gás em maior abundância na atmosfera por ser emitido de diversas outras atividades humanas como o desmatamento, queimadas, etc. Essa maximização do efeito estufa vem promovendo um aumento da temperatura média do planeta nada benéfico para os organismos aqui existentes, esse processo conhecemos como “aquecimento global”.  

Lockdown 

Lockdown é a versão mais rígida do distanciamento social e quando a recomendação se torna obrigatória. É uma imposição do Estado que significa isolamento total. No cenário pandêmico, essa medida é a mais rigorosa a ser tomada e serve para desacelerar a propagação do Coronavírus quando as medidas de isolamento social e de quarentena não são suficientes e os casos aumentam diariamente. 

Materiais particulados 

São todos os materiais gerados a partir da queima de combustíveis em máquinas térmicas, como por exemplo, carros, motos e caminhões usados principalmente nos grandes centros urbanos. Esses produtos nocivos incluem desde materiais granulares (sementes, cereais, areias), pós (alimentícios, farmacêuticos, minérios), poeiras (poluentes, contaminantes) até partículas muito menores do que essas, conhecidas como nanopartículas. Em sua maioria, atuam como carreadores de bactérias, vírus, produtos químicos tóxicos e também poluem a água, o solo, plantas e alimentos, além do ar.  

Contudo, dentre todos esses tipos de materiais particulados, atualmente dá-se mais importância aos que possuem um tamanho de até 2,5 µm, pois estes são os facilmente inalados que percorrem todo o nosso sistema respiratório, responsabilizando-se principalmente pela ocorrência de doenças respiratórias e cardíacas, podendo contribuir no comprometimento da saúde e vida. 

Organização Mundial da Saúde (OMS) 

É uma agência internacional subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU) localizada em Genebra (Suíça) que surgiu com a proposta de cuidar de questões relacionadas a saúde global. Seu início deu-se a partir de discussões sobre a necessidade de pensar em um organismo internacional especializado em administrar políticas de prevenção, promoção e intervenção em saúde no âmbito mundial, uma vez que a falta de acesso à saúde, assim como a propagação de doenças, constitui uma ameaça à paz mundial.  

A OMS foi fundada em 7 de abril de 1948, durante reuniões em conjunto com a ONU, tendo por objetivo, segundo a Constituição: “Gozar do melhor estado de saúde que é possível atingir constitui um dos direitos fundamentais de todo o ser humano, sem distinção de raça, de religião, de credo político, de condição econômica ou social. A saúde de todos os povos é essencial para conseguir a paz e a segurança e depende da mais estreita cooperação dos indivíduos e dos Estados” (Organização Mundial da Saúde, 22 de julho de 1946, p. 01). 

Tratando não apenas de evitar enfermidades, mas de promover o estado de completo bem-estar físico, mental e social de todos os povos. Dessa maneira, ela atua buscando ajudar os governos no fortalecimento dos serviços de saúde, estimular a cooperação entre grupos científicos para que estudos na área avancem e também fornecer informações a respeito de saúde. Além disso, é sua função proporcionar a melhoria da nutrição, habitação, saneamento, recreação, condições econômicas e de trabalho da população. 

Pandemia 

Segundo a OMS, pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença e o termo passa a ser usado quando uma epidemia, surto que afeta uma região, se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa. 

Parâmetros de qualidade do ar   

São parâmetros pelos quais se faz o controle de poluentes presentes no ar atmosférico e que são nocivos à saúde do planeta. O monitoramento da concentração de monóxido de carbono (CO), dos óxidos de nitrogênio (NOx), do dióxido de enxofre (SO2), do ozônio (O3), da fumaça e dos materiais particulados (partículas inaláveis e partículas totais em suspensão), permite um controle da qualidade do ar. Compostos orgânicos BTEX, isto é, benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos também são observados, uma vez que estão presentes em abundância no ar urbano. Tais parâmetros são essenciais em determinadas concentrações, mas ultrapassando o limite podem causar prejuízos à saúde, como por exemplo, CO e NOxque são observados em altas concentrações em locais com intenso tráfego de veículos, geralmente nas grandes cidades, caracterizando um ar mais poluído. 

Poluentes  

Considera-se poluente qualquer substância presente no ar e que, pela sua concentração, possa torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, causando inconveniente ao bem estar público, danos aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, às e atividades normais da comunidade. 

Quarentena  

Pessoas que tiveram contato com pacientes contaminados pelo vírus ou estiveram em regiões com surtos da doença, devem se manter em quarentena. A duração da quarentena é determinada de acordo com o período de incubação (tempo em que a doença se manifesta), e pode variar de 1 a 14 dias. O objetivo é observar ao longo dos dias, se a pessoa apresenta algum sintoma e assim controlar a propagação do novo Coronavírus 

 

Produzido por Isabela Martins, Juliana Coura, Leonardo Praxedes e Vanessa Borges.

 

REFERÊNCIAS 

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CASTRO, Antônio Hermeson; SILVA, Glória Maria; ARAÚJO, Rinaldo Santos. Qualidade do ar–parâmetros de controle e efeitos na saúde humana: uma breve revisãoHolos, v. 5, p. 107-121, 2013. 

Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO) – 1946. Biblioteca virtual de direitos humanos. Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html  

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